Cirurgia Robótica na Coloproctologia

Desde que foi iniciado a utilização da cirurgia robótica em 1999 nos Estados Unidos em diversos procedimentos cirúrgicos especializados. A equipe de coloproctologia, especialidade responsável pelos distúrbios do intestino grosso, reto e ânus, sem dúvidas, foi umas das que mais se beneficiaram com a utilização o sistema Da Vinci®.

Vários procedimentos podem ser realizados roboticamente pela coloproctologia, como a cirurgia de câncer de cólon e reto como a colectomia direita ou esquerda, retossigmoidectomia e anastomose primária (procedimento para emenda do intestino). A cirurgia da endometriose com necessidade de ressecção minuciosa. Além do mais, trouxe uma grande qualidade na ressecção cirúrgica para a realização da linfadenectomia (retirada de linfonodos tanto do mesocólon, mesorreto e dos linfonodos obturadores laterais). Extremamente importante para o tratamento do câncer de cólon e reto.

Além das vantagens para a realização do procedimento, a cirurgia robótica também representa benefícios para médicos e pacientes. As vantagens para o paciente na cirurgia robótica são menor trauma cirúrgico, rápida recuperação, menor manipulação de alças intestinais, menor sangramento, menor tempo de internação e provavelmente menor risco de lesões de outros órgãos. Principalmente em cirurgias tecnicamente muito desafiadoras, especialmente em pelve estreita e pacientes obesos.

Para os cirurgiões, a cirurgia robótica trouxe enormes benefícios, mais ergonômico, movimentos mais precisos, visão ampla e tridimensional das estruturas das anatômicas, possibilidade de mudar a direção da câmera e o manuseio das pinças aumentando o controle possível na dissecação.

Em 1999, a Intuitive lançou o primeiro sistema cirúrgico da Vinci®, que em 2000 tornou-se um dos primeiros sistemas cirúrgicos assistidos por robôs a obter autorização da FDA( Food and Drug Administration).

Hoje, depois de mais de 6 milhões de cirurgias em todo o mundo, a cirurgia robótica se consolida mundialmente como um método revolucionário e inovador. É importante frisar, que o termo “robótico” muitas vezes engana as pessoas. Os robôs não realizam cirurgia. O cirurgião realiza a cirurgia com o da Vinci usando instrumentos de cirurgia minimamente invasiva assistida por robô, que ele guia através de um joystick existente no console. Ele traduz os movimentos da mão e dedos do cirurgião em tempo real de forma delicada e sem tremor, dobrando e girando os instrumentos durante a realização do procedimento com uma maior amplitude. O console também oferece visualizações 3D de alta definição ampliando em 10 vezes a área cirúrgica. Além do tamanho dos instrumentos que possibilitam que os cirurgiões operem em pequenas áreas cirúrgicas intra-abdominais com pequenas incisões na pele.

O importante é saber que, mesmo com a ajuda do robô, o paciente é o centro de uma rede multiprofissional humanizada onde o cirurgião é a peça chave do sistema em conjunto com uma equipe de sala cirúrgica e hospitalar dedicada, treinada e organizada.  Todos, trabalhando em conjunto em benefício do bem-estar do paciente em seu momento mais frágil da vida.

A área de atuação da coloproctologia, parte inferior do trato digestivo ou trato colorretal que inclui o intestino grosso, composta do cólon, reto e anus. Podem apresentar diversos problemas que variam de incômodos simples até os que podem trazer risco de vida. O câncer colorretal é um exemplo, é o terceiro câncer mais comum em homens e mulheres, com mais de 145.000 novos casos esperados em 2019. Além de condições não cancerosas, que podem causar dor e desconforto. Como doenças inflamatórias intestinais (Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa), Doença Diverticular (Diverticulose do cólon) que podem causar condições infecciosas e inflamatórias com formação de abcessos (diverticulite) e quadros clínicos de endometriose pélvica que podem prejudicar a qualidade de vida. Todas essas patologias, podem requerer algum tratamento cirúrgico quando os clínicos apresentam insucesso.

No passado, os cirurgiões faziam grandes incisões na pele e nos músculos, para que pudessem ver e trabalhar diretamente na área de interesse. Isso é chamado de cirurgia aberta. Hoje, os médicos ainda realizam a cirurgia aberta, mas também podem realizar muitos procedimentos usando cirurgia laparoscópica minimamente invasiva ou assistida por robô, com a tecnologia da Vinci®. Trazendo um grande avanço médico significativo e mudando paradigmas de grandes cirurgias que deixavam enormes cicatrizes e mantinham os pacientes no hospital por vários dias.

Ambas as opções cirúrgicas minimamente invasivas requerem algumas pequenas incisões que os médicos usam para inserir equipamentos cirúrgicos e uma câmera para visualização. Na cirurgia laparoscópica, os médicos usam ferramentas especiais de cabo longo para realizar cirurgias enquanto visualizam imagens ampliadas do laparoscópio (câmera) em uma tela de vídeo.

Na tecnologia da Vinci o sistema cirúrgico é composto por três componentes: console do cirurgião, carrinho com os braços robóticos do lado do paciente e carrinho com geração de imagens de alta definição. O cirurgião no console realiza a cirurgia com o da Vinci usando instrumentos de cirurgia minimamente invasiva assistida por robô, que ele guia através de um joystick existente no console. Ele traduz os movimentos da mão e dedos do cirurgião em tempo real de forma delicada e sem tremor, dobrando e girando os instrumentos durante a realização do procedimento com uma maior amplitude. O console também oferece visualizações 3D de alta definição ampliando em 10 vezes a área cirúrgica.

A robótica propicia uma cirurgia minimamente invasiva com menos cortes, menos sangramento, preservação de nervos e consequentemente menor dor pós-operatória, redução de período de internamento e menos complicações pós cirúrgicas. É um excelente método aliado a um bom e experiente cirurgião colorretal.